Há momentos
da vida em que é necessário correr... Correr para não perder o ônibus, correr
para chegar em primeiro lugar. Porém o mais importante que alguém pode aprender
sobre ‘correr’ é que chega um momento em que a gente para e segue em frente,
segue como se nada houvesse acontecido.
Era sábado à
noite. Ela poderia estar muito bem sentada na frente do sofá com um pote se
sorvete em mão se perguntando o que havia feito de errado, mas não, ela
escolheu fazer diferente do que muitas mulheres por ai. Tinha dedicado 14 anos
de sua vida a ele, mas parece que toda a sua dedicação foi em vão. Ela se
levantou naquele dia bem cedo e foi à procura de um emprego, fez a inscrição no
vestibular e resolveu abrir a carta que o seu ex-marido havia mandado pelo
correio havia duas semanas que ela só tivera coragem de abrir naquele dia,
porque já sabia o que estava escrito nela, mais uma tentativa de reatar o
casamento. Ele a traiu com uma mulher mais jovem, gastou uma boa parte do
dinheiro que ele havia conseguido com o decorrer da vida para satisfazer os
caprichos de sua amante e agora ele dizia estar arrependido e pedia a mesma
coisa que as cartas anteriores. “Querida ainda dá tempo de correr atrás, eu sei
que te deixei, mas estou arrependido, e você ainda pode correr atrás.”
Não, não mais. Ela já estava cansada de ‘correr’, correr, correr e correr, mas
nunca chegar a lugar algum, sempre recebendo ordens “faça isso” “faça aquilo”
nunca tendo a chance de tomar as próprias decisões, ela o amou com todo o seu
coração durante 14 anos, mas ele fez a escolha dele e para ela chegou o
momento, aquele momento crucial da vida em que ela precisava tomar a decisão. Parar,
parar de correr sem sair do lugar e seguir em frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário